Correm, vivem correndo.
Tropeçam uns sobre os outros, às manadas.

E o sino começa a tocar.

Fecham-se as portas, todas, menos as do bordel. De fora consegue escutar-se a musica. Alguém dá a voz para acompanhar o ritmo. Rolam canecas por entre as mãos dos homens sequiosos, indiferentes à guerra .

As ruas testemunham o silêncio absurdo que vem do medo à morte. As lágrimas lavam a calçada já gasta, as velas não são agora acesas, falta o pão e a água, os meninos choram baixinho e as bombas estremecem as casas.

A cena repete-se por dias e dias e dias...

É mesmo assim, meus senhores:
É só para isto que serve a guerra.

1 comentário:

Anónimo disse...

Linda, nada melhor para compreender a dor de quem vive em guerra. Até nos esquecemos que existe guerra...
Gostei da visita!

Um beijinho, com saudades

Kate