Por outros encontros





Por outros encontros (I)



Não foi mais um encontro. Tanto ficou por dizer, ainda.

Há dias abordaram-me convictos que a passagem pela Terra é curta e rápida. Pensei e repensei. Decidi abordar-te. Fi-lo de mansinho. Acedeste. – Era a oportunidade para te dizer aquilo que tanto queria, antes de partir. Tu sabias que o queria fazer, por isso partiste primeiro.

Num pequeno encontro, jurei a mim mesma ser completamente sincera contigo e comigo.
Não te quis usar, não te quis pedir nada. Apenas a tua companhia. Sabes, fazia-me falta a tua companhia. Quando te disse que tinha saudades, não resisti e olhei-te. Percebi que sentias o mesmo. Não sentimos a falta um do outro, sentimos a falta da proximidade um pelo outro.
Perdi os teus pequenos gestos, perdi a tua voz, perdi o teu cheiro. Ganhei o vazio e mais saudades.


«Diz menina» - pediste-o tantas vezes que acabei por não dizer aquilo que queria. Era minha intenção dizer-to. Nada que não suspeitasses já. Bastaria olhares-me daquele jeito. Esse jeito que só tu sabes fazer. E a coragem para to dizer escorregava-se pela garganta. Achei melhor não.
Fiz mal. Teria ficado com a alma mais leve.

Tenho a certeza de que construiríamos a Amizade. Aquela que me faltava a mim. Aquela que te faltava a ti. Não foi possível, era já tarde.

Pedi-te que não me esquecesses. Pedi mais que uma vez. Não o faças! Prometo não tocar mais neste assunto. Sei que te incomoda, porque já sabes o que te queria dizer.
Prometo não te obrigar a sentar ao meu lado, mas esse lugar será o teu lugar.
Não era minha intenção magoar-te. Não era minha intenção desrespeitar-te. Não era minha intenção deixar-me levar.
Fiz-te perceber que jamais traria no bolso alguma mágoa ou tristeza. Antes o teu sorriso e a promessa de que não me irás esquecer.

Até breve companheiro!







Por outros encontros (II)


Não comentaste. Apenas disseste «Tens a alma na ponta dos dedos».
Ai... Tanto e tão pouco!
Olha-me agora. Olha-me nos olhos, lê-me o pensamento. Quero que me olhes por dentro, quero que vejas aquilo que realmente sou. Como poderei nada ter?

«Tens a alma na ponta dos dedos». – Tenho sim.
E é com ela que te toco, é com ela que te sinto. E foi nela que me cativaste.

São para ti, estas palavras com música.



«Find a way and clear my soul
driving out to get my goal

God knows I cannot stand
It`s time to say goodbye

You don`t know, you should have know
The pain I feel inside

So, I was dreaming of you
I was falling with you
And broke my heart

So, I was falling of you
I was dreaming with you
And broke my heart

Find a way and clear my soul
Driving out to get my goal

You don’t know, you shoul have know
The pain I feel inside

God knows I cannot stand
It`s time to say goodbye

Find a way to ease my breath
On and on to fill my chest

I can`t stay, I cannot stay
Cause only tears remain

I can`t hide, I cannot fight
And play this crying game

So, I was dreaming of you
I was falling with you
And broke my heart»


Rodrigo Leão, Deep Blue

Sem comentários: