Hoje não te vou escrever uma carta, antes oferecer-te um desejo. Sei-te tão bem, que até consigo ver o brilho nos teus olhos aveludados. Pediste-me um desejo todas as noites, até naquelas em que não era possível sonhar! Exigias de mim o mesmo que exigiste sempre em ti. Eras duro comigo. Os meus desejos saíam sempre do ínfimo, arrancados às vezes com lâminas aguçadas. Provocavas em mim uma dor atroz. Eras mesmo assim, profundo.
Confesso. Confesso que em algumas noites, a minha alma chorou. Não conseguia encontrar a razão da tua insistência. Era tua esposa, não tua paciente.
Pensei várias vezes que me testavas, testavas o meu limite. Pensei várias vezes que me transportavas para o teu mundo, que afinal era o nosso. Pensei que te tinhas desencontrado, e recorrias ao meu juízo para descobrires o teu... Tudo em vão. Acabei por perceber. Mais tarde. Querias apenas fazer-me pensar.
«Tenho medo, amor. Tenho tanto medo de morrer inocente» - Disse-o tantas vezes que já terminavas a expressão com um sorriso. Até hoje, só tu conseguiste entender a minha fraqueza.
Talvez por isso ache em ti, tudo aquilo que me faz falta. Tu e Eu somos um todo – somos a mesma pessoa.
Batem os últimos raios de luz na minha face. Consigo sentir-te agora. Sei que estás aqui. Não estou “psicologicamente cansada” como dizem. Estou apenas certa de que estás aqui. Tu e Eu somos um todo – somos a mesma pessoa.
Sempre Tua
5 comentários:
Arrepiante... Não preciso dizer mais nada. em poucas palavras, dizes sempre tudo.
Parabáns, Marta!
***
Minha primeira visita...gostei!
Parabéns!
Gostei de te ler...
Voltarei...
Flávio,
Muito obrigada pela visita!
Prometo passar em tua casa, muito em breve.
Um abraço de Portugal
ContorNus,
Já passei no seu cantinho em outra ocasião e também gostei.
Obrigada pela visita, espero encontrá-la cá mais vezes!
Até breve
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